quarta-feira, 17 de maio de 2017

ONDE ANDASTE INTELIGÊCA

Onde andaste inteligência,
Perdida no nevoeiro?
Meus olhos… Ai que cegueira
De repente me atingiu
Tolhido de vil jumência,
Tapadinho por inteiro
mesmo olhando, não vi nada.
Não vi eu e ninguém viu,
Ou se viu, era ilusão
Uma quimera
fruto de imaginação.
Como eu cheguei a isto?
Como fiz tal confusão!
Foi um engano, está visto
Que só causou confusão.
Foi fazer acreditar
Que era ouro de lei
Quem não passa de latão,
Ou jóia de imitação.
Felizmente que acordei,
Tomei nota do engano
Levei nisso, mais de um ano
Mas não foi tempo perdido
A ilusão que criei:
Fez feliz por algum tempo
Um pobre ser, foi esmola
P´ra quem não bate da bola
E adora ser iludido
No fundo, até faz sentido.
O meu receio afinal
É que outro ocupe o lugar
o volte a enganar
E faça o pobre pensar
Que é o centro do mundo,
Dono de saber profundo,
Uma beleza sem par.
Assim jamais vai saber
Onde é o seu lugar

guta


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